Anggiolo Rua
Com previsão de 1800 quilômetros de extensão, sendo 650 de construção e os outros 1100 um remodelamento, a ferrovia Transnordestina foi oficialmente re-tomada na manhã de 6 de Junho de 2006, quando o presidente Lula em solenidade anunciou o marco-zero no trecho que fica entre as cidades Missão Velha e Salgueiro, em Pernambuco. O projeto, no total de R$ 4,5 bilhões, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundo de Investimento do Nordeste (Finor) e Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE), ficara sob a responsabilidade da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN).
Criada em 1990, a obra foi paralizada em 1992, por falta de recursos, mas no dia 25 de novembro de 2005 o Presidente Lula, em uma visita a Fortaleza, anunciou que a retomada dos projetos estava em sua pauta, “mesmo que não chupasse os frutos da árvore plantada”, segundo ele.
A Transnordestina será reconstruída no trecho Suape - Salgueiro (PE), com 550 quilômetros de extensão, readequada no trecho Pecém - Missão Velha (CE) com 600 quilômetros e construída nos trechos Missão Velha - Salgueiro (100 km) e Salgueiro - Eliseu Martins (PI) (546 km), dando escoamento a 15 milhões de toneladas anuais da produção do Centro-Oeste e Nordeste do país até 2010, quando ela estará 100% operante.
A idéia a princípio é muito boa, só esperamos que não se repita o que aconteceu com a Transamazônica, um mega projeto do governo militar do general Emílio Garrastazu Médici (ditador de 1969 a 1974).
Desenhada para ser a maior rodovia do país, a Transamazônica incluía 8100 quilômetros, que iam de Boqueirão da Esperança (AC) até Recife (PE), mas apenas um trecho pequeno (2500 Km) ligando Aguiarnópolis (TO) a Lábrea (AM) foi devidamente construído, tendo sido completamente abandonado por 30 anos. Mesmo assim, a partir da década de 80, sindicatos, comunidades de base, cooperativas, começaram um movimento que levou, no início da década de 90, à criação do Movimento Pela Sobrevivência da Transamazônica, o movimento, que hoje se chama Movimento pelo Desenvolvimento da Transamazônica e Xingu (MDTX), agrega 113 entidades. Durante seu mandato, FHC prometeu que as obras seriam retomadas pelo governo e ela seria, FINALMENTE, toda pavimentada, mas o mandato se foi e nada aconteceu, por isso o slogan governamental “Avança Brasil” passou a ser “Avança Fumaça” para os ambientalistas, já que o investimento de US$ 43 bilhões na região ficou só no papel.
Participaram do projeto os ministérios da Integração Nacional, dos Transportes, da Fazenda e Casa Civil. O Ministério do Meio Ambiente também participou na questão das licenças ambientais necessárias ao projeto.
Finalmente, se quiser saber mais:
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http://www.vermelho.org.br
http://noticias.terra.com.br
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